Histórias curiosas:
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Palácio Gustavo Capanema |
Os céus como
fronteira: a verticalização no Brasil
Entre 10
de junho e 10 de julho, a Elevadores Atlas Schindler e a Grifo Editora,
com apoio do Metrô Rio, têm o prazer de apresentar à cidade do Rio de Janeiro a
exposição “Os céus como fronteira: a verticalização no
Brasil”, na Estação Carioca do Metrô. A mostra aborda aspectos
fundamentais da trajetória arquitetônica e da paisagem urbana em nosso país
aliada ao papel dos elevadores.
A partir do próximo dia 10 de junho,
os cariocas poderão conhecer um pouco mais sobre alguns dos arranha-céus mais
conhecidos da cidade, e de outras cinco capitais brasileiras, através da
exposição “Os céus como fronteira: a verticalização no
Brasi”, organizada por Paulo César Garcez Marins e
Zuleika Alvim, e instalada na Estação Carioca, do Metrô Rio, para livre
visitação. A partir de 72 fotos distribuídas em 11 grandes painéis e ocupando
uma área de cerca de 200 m², a exposição, organizada por estados,
resgata fatos e curiosidades que marcaram a história do crescimento vertical
brasileiro, influenciado, em primeiro momento, por referências arquitetônicas
europeias, e, apartir de 1920, da verticalização que fascinava os Estados
Unidos, tendo em ambos os casos o papel fundamental do elevador, uma invenção do
século 19.
Esta simbiose transformou os relatos
apresentados na mostra e no livro em histórias inéditas, ao fugir de textos
esparsos e pontuais até hoje existentes, que sempre priorizaram aspectos
meramente tecnológicos.
1. Em São
Paulo um dos edifícios ícones da cidade, o Martinelli, teve uma história sui
generis. Seu proprietário, o Comendador Giuseppe Martinelli resolveu construir o
maior prédio, não só do país, mas da América do Sul. O projeto teve início em
1924 e foi feito para ter 14 andares, mas a megalomania do Comendador não podia
suportar a ideia, de não construir o maior arranha-céu da América do Sul. Em
1928, um novo projeto o elevou para 20 andares , mas Martinelli, acrescentou por
conta própria mais quatro, além de uma verdadeira mansão na cobertura que o
elevou para 30 andares.
Tudo isso, evidentemente foi acompanhado de uma
verdadeira batalha entre engenheiros, construtores, denúncias nos jornais,
falências, críticas e, mais do que tudo, medo da população que o prédio
desabasse.
3. Ainda em São Paulo, cuja exteriorização de status até
os anos 1940 era morar em casas confortáveis , a construção do Edifício Esther,
na Praça da República, em 1939, cuja proposta apresentava um novo conceito de
moradia, foi vista como um absurdo. A classe média o via como um ”cortiço
vertical” e o acusavam de exaltar a promiscuidade. Até a insalubridade para as
crianças que morariam em prédios veio à baila.
Só foram
morar no prédio personalidades, cujo convício com a Europa e Estados Unidos era
intensa como: Di Cavalcanti, Noêmia Mourão, Antonio Marcelino de Carvalho Filho,
jornalista e colunista social, entre outros o que se diria disto nos dias
atuais?
Abordagens sobre a história do
elevador no mundo e no Brasil, aliadas às influências arquitetônicas
recebidas em nosso país da Europa e Estados Unidos, emolduram a
verticalização de seis capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte,
Porto Alegre, Recife e Brasília, escolhidas por suas peculiaridades e por
abrigarem os maiores arranha-céus do país.
O projeto patrocinado pela
Elevadores Atlas Schindler e realizado pela Grifo Editora, contou com o apoio da
Lei de Incentivo à Cultura e, no Rio de Janeiro, com a parceria do Metrô
Rio.
Os autores: Paulo César Garcez Marins, Zuleika
Alvim, Isabel Raposo, Nadia Somekh, Lilian Fessler Vaz, Roberto Segre, Leonardo
Barci Castriota, Carlos Eduardo Comas, Guilah Naslavsky, Sylvia Ficher e
Ricardo Trevisan agradecem.
SERVIÇO:
Exposição “Os céus como fronteira: a
verticalização no Brasil”
Data de abertura: 10 de junho
Local: Estação Carioca do Metrô Rio - Centro
Local: Estação Carioca do Metrô Rio - Centro
Período Expositivo: 10 de junho a 10 de julho de
2013
1 - A verticalização do Rio de Janeiro ocorreu ao mesmo tempo no centro e no bairro de Copacabana, sobretudo com prédios residenciais: no início da década de 1920 os primeiros edifícios altos, como o Edifício OK, já despontavam junto à avenida Atlântica. Esse processo se intensificou ao longo do século 20, culminando na grande muralha de arranha-céus que quase ofusca o sol das areias de Copacabana, uma das praias mais incensadas do mundo.
Foto: Edificio OK - Praça do Lido, Rio de Janeiro ca. 1920/1930 Acervo: Arquivo G. Hermakoff
Foto: Orla de Copacabana –Rio de janeiro ca. 2011 Foto: Cassio Vasconcelos/SambaPhoto-Getty Images
2 - Cinelândia foi o nome dado ao conjunto de edifícios construídos no trecho mais nobre e cobiçado da Avenida Central, cuja extremidade sul já ostentava o Teatro Municipal, inaugurado em 1909. Em meados da década de 1920 começaram a surgir ali, na Praça Floriano, os primeiros “arranha-céus”: Glória, Natal, Capitólio e Fontes, todos com cinema no térreo.
Foto: Cinelândia - Rio de Janeiro, anos Acervo: Arquivo G. Hermakoff Cinelândia - Rio de Janeiro, anos 20 Foto: Augusto Malta - Coleção Gilberto Ferrez / Acervo Instituto Moreira Salles
3 - Inaugurado em 1929, o edifício do jornal A Noite era um colosso de concreto armado dominando a homogênea paisagem carioca. Assim como ele, a Torre da Estação Pedro II da Estrada de Ferro Central do Brasil, construída em 1937, privilegia o estilo arquitetônico de inspiração déco.
Foto: Edifício A Noite – Praça Mauá, Rio de Janeiro ca. 1941 Acervo: Augusto Monteiro – Coleção Brascan cem anos no Brasil/Acervo Instituto Moreira Salles
Foto: Torre da Estação Pedro II da Estrada de Ferro Central do Brasil - Praça Cristiano Ottoni, Rio de Janeiro (1937) Acervo: Arquivo G. Hermakoff
4 - Dois ângulos e dois momentos do atual Palácio Capanema: fachada norte, quando de sua inauguração, em 1945, como sede do MES, e fachada sul, em 2012. Durante a gestão do Ministro da Educação e Saúde, Gustavo Capanema, uma equipe de arquitetos, dentre eles Oscar Niemeyer, desenvolveu um projeto com novos elementos: pilotis, fachada de vidro, uso de brise-soleil, volume puro e alto, isolado no quarteirão. Por suas características arquitetônicas inovadoras e arrojadas, o edifício do MES tornou-se a referência inaugural da moderna arquitetura brasileira.
Foto: Edifício do Ministério da Educação e Saúde (1945) Fachada norte, com brise-soleil – Rua da Imprensa, Rio de Janeiro (Palácio Gustavo Capanema a partir de 1985) - Foto: Kikoler
Foto: Fachada (sul) de vidro do Palácio Capanema (desde 1985) Foto: Flavio A. D. Bragaia
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